por ter entregue tudo em nuvens de fumo falsamente denso mas apenas repleto de nada,
não me retiraram a capacidade de dar...despojo-me toda se me sinto a voar.
O que se desvaneceu no ar foi a capacidade de receber.
Não me permito acreditar que esse fumo denso de que sinto a falta e que puxo sofregamente para dentro de mim em baforadas de prazer, esteja por uma vez repleto....de verdade.
Inebriada pelo prazer que o fumo me proporciona, retive a respiração na ânsia de o deter...mas sentia-me a asfixiar...tive que expirar!
Agora, vazia, questiono a certeza do cancro que sentia a crescer em mim...vislumbrava-o tão claramente!
Aperta-se-me o peito a cada travo que inspiro quando penso que talvez possa ter sido traída pelas manchas negras deixadas nos meus pulmões e injustamente tenha posto em causa a pureza do fumo que me preenchia.
Temo que ao expelir as nuvens que me sufocavam, possa ter soprado para longe esse fumo que me faz voar.
Mas não condeno a vida....
....somos o que vivemos e há manchas difíceis de apagar.
O que não nos mata...torna-nos mais fortes!
Talvez desta vez o fumo mate o cancro.
Do you have scars from bad smoke?
Full of...Black Smoke
Quem não tem?
ResponderEliminarO golpe de asa, está em fazer a "plástica", disfarçar primeiro
e ir esquecendo depois, até que a alma regenere.
Como dizes e bem, o que não nos mata, torna-nos mais fortes!
No entanto há que estar sempre atento, porque, segundo Raúl Solnado, há coisas que não matam, mas...desmoralizam muito! ;)
Jinhos, meu Cruzeiro do Oeste!
Desta vez não concordo contigo "meu" Leão. Não escondo as minhas cicatrizes, orgulho-me delas não as esqueço, aprendo com elas. E nem concordo com o Raul...não me deixo desmoralizar pelas dificuldades, pelo contrário...despertam-me forças que às vezes até nem eu própria sei que tenho.
EliminarMas é bom que haja perspectivas diferentes das coisas.
Beijo do teu Cruzeiro do Oeste
Ah! não entendeste. Ou melhor, talvez eu não tenha sido claro!
EliminarO que quis dizer é que o facto de as termos não nos pode/deve
impedir de prosseguir o nosso rumo, porque recordá-las, saber que as temos, ganhar vantagem com isso é uma coisa, sermos reféns delas, é outra diversa!
Creio que estamos de acordo, a perspectiva é que será um pouco diferente...
Jokas, meu Cruzeiro do Oeste! ;)
Sou amante da Liberdade "meu" Leão. É difícil aprisionarem-me e eu nunca seria refém de mim própria.
EliminarMas é verdade que são também as cicatrizes que fazem de nós o que somos.
Estamos de acordo sim, e é bom quando nos mostram outras perspectivas :)
Beijocas do teu Cruzeiro do Oeste
todos temos as nossas cicatrizes.....
ResponderEliminarde coisas menos boas.....
mas isso é bom!
scars make us stronger!!!
Concordo contigo Carlos. São também as cicatrizes que fazem de nós o que somos e que vão talhando as singularidades que nos caracterizam e que nos tornam únicos.
EliminarBeijo *Estrela*do*
As minhas cicatrizes, fazem-se lembrar as coisas boas que me era permitido fazer...
ResponderEliminarBeijo
Recordar também é viver BomAmigo. Triste é não ter o que recordar.
EliminarBeijo *Estrela*do*
Todos as temos...o mais importante é a forma como reagimos!
ResponderEliminarAlgumas custam a sarar Tom, mas ostento as minhas com orgulho e procuro aprender com elas.
EliminarBeijo *Estrela*do*
Não esperava outra coisa de ti...
EliminarJá me vais conhecendo umas coisas Tom ;-)
EliminarMinha querida Estrela Luzente,
ResponderEliminarFazem parte da nossa vivência, tenho[as] como troféus...
Beijo meu [na cicatriz] ;)
É como eu Goti.
EliminarDas muitas cicatrizes que tenho, escolho uma bem especial para receber esse beijo ;)
Beijo *Estrela*do*
Do texto não se me oferece dizer nada, mas já Tindersticks gosto bastante, embora ainda antes exista um Perry Blake e um David Sylvian.
ResponderEliminarGostares de Tindersticks faz-te subir vários pontos na minha consideração Gentleman. As composições e a voz do Stuart conquistaram-me desde sempre, ainda na minha adolescência, e são a banda sonora de muitos episódios da minha vida...é neles que descarrego as minhas melancolias. Para além de serem a banda que mais vezes vi ao vivo (sem contar com Xutos que quase fazem parte cá da terra).
EliminarJá quanto aos nomes que referes, falta-lhes o timbre grave para que conquistarem. Antes, pelo menos na linha do tempo, apenas o David Sylvian a quem reconheço o valor pelo trabalho que fez nos Japan. Quanto ao teu Blake, que aparece uns 20 anos depois, apesar do empurrãozinho dado pelo guitarra dos meus Tindersticks, não me merece relevo. Para falcetes e misturas de pop electrónico, prefiro a voz originalmente aguda e a electrónica pura do outro Blake, o James.
Mas é sempre bom falar de música e gostarmos de coisas diferentes.
Obrigada por estares atento aos detalhes e puxares este tema.
Beijo *Estrela*do*